Muitas pessoas que moram em cidades na divisa do estado viajam para outros municípios mineiros, muitas vezes distantes, para conseguirem um atendimento público de saúde de média ou alta complexidade. Isso porque, atualmente, eles não podem ser atendidos nas cidades vizinhas localizadas em outros estados que possuem esses serviços. Para acabar com o problema, o deputado estadual Arnaldo Silva (PR) fez uma audiência na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (ALMG) para debater o assunto. A reunião ocorreu nesta quarta-feira (24/2) em Belo Horizonte.
O deputado Arnaldo Silva defendeu a criação de regiões interestaduais de saúde, que já é previsto na legislação do SUS. “Nós temos que reverter essa situação, ter um atendimento de qualidade do SUS em qualquer que seja o hospital que atenda pela rede pública, independente do estado e independente de onde resida o paciente a ser atendido”, afirmou Arnaldo.
ATENDIMENTO – No Triângulo Mineiro, esse é um problema muito comum. A vereadora Cristiane Veraldi disse que os pacientes de Fronteira são transferidos para Uberaba, a 190 km de distância, sendo que poderiam ir para São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, a apenas 50 quilômetros. O prefeito Narciso Marcelino explica, que para piorar a situação, a ambulância tem que ir para Uberaba com uma equipe médica, prejudicando os atendimentos de baixa complexidade.
Já o presidente da Câmara Municipal de Planura, Lucas Diovani da Silva, alertou sobre o perigo das rodovias que estão com muitos buracos e o risco de acidentes. “Corremos um sério problema com o deslocamento. Em vez de salvar vidas, podemos perder os nossos pacientes por causa do longo trajeto, sendo que temos Barreto do lado”, disse.
RESULTADO – O deputado Arnaldo Silva apresentou uma proposição solicitando um diagnóstico para que o estado reconheça e identifique quais são as regiões interestaduais de saúde em Minas Gerais e também coloque isso no plano de gestão do estado. A intenção do parlamentar é que, depois que criadas essas regiões interestaduais, elas possam ser homologadas de forma ágil pelo Ministério da Saúde.
O superintendente de Monitoramento, Avaliação e Controle de Serviços de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, André Luiz Guimarães, disse que o caso realmente tem que ser analisado. Ele também considerou o assunto pertinente e as considerações serão estudadas pelo Governo de Minas.
PRESENÇAS – Também participaram da reunião os vereadores de Planura Carlos Alberto Paiva Nogueira Júnior e Adriano Roberto da Silva; os vereadores de Fronteira Sônia Martins e Sérgio Luiz do Nascimento; o secretário municipal de saúde de Fronteira, André de Freitas; o secretário de esportes de Fronteira, Alex Maciel; e a vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de saúde (Cosems), Neile Mendes.
